"Great Scott!" foram as últimas palavras de Doc Brown antes de desmaiar no final de possivelmente um dos melhores cliffhangers da história do cinema nos últimos 30 anos. Cliffhanger, na tradução literal para a língua portuguesa “à beira do precipício”, é um recurso de roteiro utilizado em ficção, que se caracteriza pela exposição do personagem a uma situação limite, precária, tal como um dilema ou o confronto com uma revelação surpreendente e que faz o público voltar na expectativa de testemunhar a conclusão dos acontecimentos.
A viagem no tempo, é claro, não era um conceito novo para contar histórias nem mesmo em 1985. Cerca de 90 anos antes, HG Wells já tinha contado a história de um cientista que sonhou em quebrar os limites do tempo, e 14 anos antes dele, o escritor Edward Page Mitchell cunhou o conceito de usar uma máquina que ultrapassasse a barreira do tempo.
Mas de uma certa forma, Gale, Robert Zemeckis e Steven Spielberg nos deram uma nova visão sobre filmes de viagem no tempo e dessa forma, foi desencadeada uma mudança cultural no cinema e na televisão que vive até hoje. O primeiro filme foi um sucesso estrondoso. Após arrecadar 210 milhões de dólares nos Estados Unidos e mais 173 milhões ao redor do mundo, as sequências pareciam bem óbvias.
Para conseguir entender o impacto da trilogia na cultura pop em meados da década de 80 e início da de 90, precisamos conhecer a variedade de entretenimento que as crianças daquela época tinham em mãos até então. Não existia internet, muito menos YouTube. E essa centena de filmes de super-heróis que gostamos tanto agora? Bem poucos. Havia o grande Christopher Reeve interpretando Superman e depois, o Batman de Michael Keaton. E na ficção tínhamos Star Wars, Stark Trek e Ghostbusters.
E, além disso, é claro, os filmes sobre policiais. Em toda a sua diversidade: Policial comediante, policial camarada, policial corrupto, policial ocidental, policial secreto, Robo policial, e é obvio, um policial viajante do tempo. Se houver um tipo específico de policial neste mundo, eu lhe asseguro, há um filme sobre ele.
Depois de mais de 10 anos de Blog, conheci muito e muitos fã da trilogia e fiz amizades verdadeiras, e para cada um deles, Back to the Future influenciou de forma específica um aspecto de sua vida. Alguns me disseram que a trilogia os fez interessados em ciência e livros, outros me dizem que os fez se concentrar em comicbooks, ou que os fez querer assistir novos programas como X-Files por uma chance de ver algo incomum e estranho. Outros se interessaram pela música e até por esportes. Não importa as diferenças, havia uma coisa que todas as respostas pareciam ter em comum: "Amar ficção".
Foi somente a história de Marty McFly a única razão do sucesso do Sci-Fi na televisão e no cinema até hoje ? Claro que não. Mas Back to the Future despertou em uma geração inteira um tipo de curiosidade, uma sede pelo fantástico que as empresas de produção não poderiam deixar de lado.
Hoje em dia, porém, uma grande quantidade de membros dessa indústria estão por aí dizendo que é um momento terrível para filmes, argumentando que não há mais um processo criativo e que tudo é mais do mesmo. Pode haver alguma verdade nessa afirmação, mas você não pode negar há opções para cada público como nunca antes.
E você, Back to the Future influenciou sua vida?